quarta-feira, 9 de junho de 2010

Nunca havia parado para pensar o quão grande a cidade de São Paulo é. Um dia desses fui para lá com minha família, o céu na minha cidade estava azul claro, algumas nuvens cinza estampadas nele. Em São Paulo, o céu estava cinza por inteiro, intenso e denso.
Lá me senti pequena, como se eu fosse só mais uma pessoa qualquer preenchendo um lugar em suas ruas bagunçadas. A correria de um dia me deixou exausta. Sempre morei na mesma cidade, estou aqui à quase dezesseis anos e são raros os dias de exaustão, às vezes me sinto cansada da calmaria, da tranquilidade, mas se eu morasse na cidade grande não suportaria o barulho e a vida corrida.
Notei que sou uma típica garota de interior, o problema é que minha cidade é pequena demais para mim, meus sonhos são bem maiores que ela. Quem sabe um dia eu não troco minha cidadezinha que não consta no mapa por uma grande? Não São Paulo, já descobri que não daria certo. Há algum tempo atrás vivia sonhando em me mudar para lá, hoje não. Percebi que amo meu interior, mesmo odiando-o. Enquanto isso, posso vagar por essas ruas pequenas com minha ambigüidade guardada nas páginas de um caderno, aqui não sou apenas mais uma pessoa tomando um lugar em uma cidade... Sou eu em minha cidade.

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