domingo, 12 de dezembro de 2010

Talvez Seja Inconfundível.

Descontraía-me com os inúmeros pássaros voando entre as árvores ricas em cores. Era primavera. Flores forravam toda a extensão da paisagem magnífica que se formava com o soprar do vento. E olhava o céu. Tudo se encaminhava para mais uma tarde comum, mas não tão igual.
Como um acordar de sábado seguido de um breve cochilo, deitei preguiçosamente no banco de madeira abaixo de uma árvore. Despreguiçado, com a cabeça apoiada nos braços. Os olhos entre abertos, fechados, abertos, fechados, cismei em não cair no sono. Neste meio termo, noto bem ao longe do céu um ponto a brilhar, despertou-me a curiosidade. Levanto-me de cabeça erguida em direção a luz embriagante. Imaginei que fosse o sol, mas desde quando ele se move assim? Apoio minha mão à testa, olhando para luz e vejo uma garota pairando entre as nuvens...
Paralisei no momento em que a vi. Olhei sem acreditar, desejei sem acreditar. Esfrego meus olhos.
- Eu dormi? Se você tivesse asas eu te chamaria de Anjo. Mas como é possível te ver voar?
Sentei-me no chão ferindo as flores, olhava admirado seus belos olhos verdes que fazia o céu brilhar. Talvez eu saiba que nada disto é real, mas ainda insisto neste sonho. Digo-me que estou variando, de fato! Mas será mesmo um sonho? Enquanto embaraçava-me com minhas memórias, notei que você se divertia com a minha indagação. Uma beleza dignamente concedida pela divindade.
Sua boca, seus cabelos, seu mover, o teu sorrir... Tudo era tão familiar para mim. Fixei meu olhar tentando reconhecê-la...
- SANTO DEUS, É VOCÊ ALICE?

(Eli Santos)